quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Valeu a pena êh êh! Valeu a pena êh êh!

Certamente o Rappa nem poderia imaginar o significado que suas simples estrofes poderiam vir a ter. Nem desconfiam que elas estampariam uma bela faixa no interior de São Paulo representando toda uma família. Assim, reeditando emoções lanço a pergunta: qual será a emoção de assistir um filho gritar que valeu a pena? Assistir sua conquista em receber um canudo com lágrimas nos olhos? As vezes são 4, as vezes são 5 longos anos recebendo aquela visita que chega com grandes malas de roupas sujas e se despede com uma coleção de enlatados e tupperwares recheadas. Mas, sempre chega a hora de comemorar com ele, aquele que cresceu sim, aquele que um dia se apoiava em sua perna aprendendo a andar e que hoje anda bravamente no palco desfilando com sua beca e diploma em mãos. E na platéia? Ah...na platéia o amor é tamanho que falta espaço para conter as lágrimas de tanta gente, gente que esteve sempre perto, gente que voltou a estar perto, gente que mesmo não presente certamente estava por ali. As comemorações batem no compasso da emoção, emoção esta que faz com que a homenagem fique de ponta cabeça, a buzina caia da mão e até mesmo os fogos estourem de ponta cabeça. Mas, isso não atrapalha, pois a emoção contamina e continua...São homenagens que marcam o coração de cada um ali presente de uma forma diferente, como o olhar de ternura de uma mãe que acompanha sombras, pós, delineadores, batons tomarem forma nas mãos daquela que a beleza e delicadeza irradiam. Em cada sorriso e abraço trocado a emoção pulsava, transbordava. Podia ser difícil chegar naqueles metros quadrados, o nome do santo podia não ajudar, mas nada impediu que ali se reunissem gerações que por alguns momentos estiveram anos distantes. Em cada noite a emoção aumentava e borbulhava, risadas compartilhadas com lágrimas ajudavam a motorista da van a chegar mais rápido. Nem mesmo Danúbio Azul, Contos dos bosques de Viena, A Valsa do Imperador e nenhum compositor seriam capazes de traduzir em sonetos o significado daquela valsa dançada em meio a milhares de madrinhas e padrinhos. Talvez em sonho um dia seja possível traduzi-la em palavras, mas sinceramente não me arriscarei. Alguém se arrisca? Em meio a tantos acontencimentos a cumplicidade e amor se faziam presentes em cada gesto, seja pai e filho dividindo o mesmo copo de uisque e o mesmo porre, seja formando e pais dividindo olhos vermelhos, irmãos e irmãs dividindo fotos e risadas, namorados e namoradas dividindo carinhos e elogios, tio dividindo apertadamente o banco de trás do carro num ato de carinho e dedicação, tias e sobrinhas dividindo confidências e torcidas para o vestido não manchar, sobrinha e tia dividindo o segredo do bolo surpresa para os aniversários carinhosamente lembrados e comemorados...E aqueles que não mais se encontram neste mundo, por que não partilharem de cada momento também? Aqueles que certamente contribuíram, cada um em seu papel, para que cada lágrima e sorriso ali existissem, não só deveriam estar presentes como destacados de vermelho paixão! Relendo cada palavra será possível responder qual a emoção de ouvir que valeu a pena? Não arrisco, pois nem mesmo consigo responder qual a emoção de pertencer a uma família que sela cada encontro com uma delicada flor....