quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O título de Ser Humano

Reedição do Natal? Arriscaria dizer que sim..Salto, Bragança Paulista, São Paulo, Araras, Campinas, Ribeirão Preto, São Carlos, enfim....novamente uma união geográfica de causar inveja a qualquer professora de Geografia. Desta vez o motivo não era comemorar o nascimento de um Ser, mas a graduação de uma das filhas Dele. Pensando no sentido literal da palavra graduação, depara-se com o que? Com um processo de formação, formar alguém para algo. E assim contemplou-se a comemoração...o comemorar daqueles que orgulhosamente formaram o caráter, a índole de um ser humano. Um ser humano que já foi pequeno, que já espalhou comida sobre a mesa, que já quebrou vasos de flores com uma simples pose para foto. O espaço escolhido para se vivenciar essa conquista tinha metros quadrados suficientes, mas a cada momento esses se tornavam menores. As risadas tomavam conta de cada canto dando vida a cada gesto. Num piscar de olhos graduados e graduandos se misturavam, e agora era a vez de filhas formarem as mães as ensinando a se maquiar, sobrinhas formarem tias as mostrando como esvaziar um colchão inflável, primos mais novos darem aula de Gestão de Carreira áquela que teoricamente responde como uma profissional da área. Um misto de geração dando significado a cada história ali presente, desenhando cada parte de uma comemoração compartilhada. Até os ausentes graduados se fizeram presentes nessa formação, presentes nas lembranças dos que nunca os deixam de lado, no anel dourado de pedras pretas que enfeitam o dedo doce, num simples pedido para uma boca vermelha de batom daqueles olhos que acalmam a alma, num olhar brilhante e sorriso cativante daquele que em pé na cozinha diz esperar sempre por novas palavras. Certamente ali estavam todos aqueles que formaram pessoas não para um primeiro título Universitário, mas para um primeiro título de Ser Humano.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Ajustes aéreos

Nem o cansaço da rotina e o sono da manhã impedem de ouvir o comentário: "Nossa mãe! Somos formiguinhas!! Olha...olha! Mãe, o avião vai cair?" A ingenuidade e a simplicidade infantil são invejáveis, não? Num mundo em que os 15 primeiros dias do ano já estão marcados por inúmeras catástrofes uma doce fala infantil dá um suspiro de esperança...Enquanto para alguns as horas aéreas são aproveitadas para revisão de pautas, ajustes de relatórios, para outros elas literalmente dão asas à imaginação.
Os números detêm a atenção de alguns enquanto a atenção de outros é tomada pelas nuvens de algodão doce. E assim aqueles 60 minutos são intermináveis para aqueles que voam com o nariz na janelinha e aqueles 60 minutos voam para aqueles que nem a janela visualizam...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Construindo o hoje para lembrar o amanhã

Sete meses depois retomo Meu sorriso dando vida ao Meu mundo e o primeiro texto retrata o ontem. Freud explicaria? Não sei, mas aqui está:

Por quê? Pra que? Lembranças….ah, lembranças. Ter ou não tê-las?
Lembranças que resgatam o sentimento, a lágrima, o sorriso, a dor, a alegria. E por que não dizer, lembranças que nos resgatam a alma. Muitas vezes elas são resgatadas ao acaso, com um telefonema, um esbarrão na rua, um simples e-mail, uma conversa de bar, um pensamento, um comentário, uma indagação, uma certeza.
As lembranças teimam em nos resgatar aqueles segundos que não voltam mais, aqueles lugares que uma vez tivemos, aquele perfume que uma vez sentimos, aquele gosto que uma vez provamos, aquela palavra que uma vez ouvimos.
O tempo continua existindo, nosso olfato e paladar também. Sendo assim, o que transforma esses momentos e os colocam na categoria de lembranças? Arrisco a responder: nós, nós transformamos o ontem e o hoje, e possivelmente o amanhã, em lembranças.
Ai está o grande desafio, viver sabendo que estamos a cada segundo construindo lembranças. Cada segundo ter a certeza de que o presente diminui e as lembranças aumentam.
Pois bem, como diria o Descobridor dos Sete Mares, nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia...e assim nos resta o que? As lembranças dos segundos que não voltam mais, dos lugares que uma vez tivemos, do perfume...